Com certeza a sua resposta imediata foi, NÃO! Claro que não.
E a razão disso é porque não gostamos da possibilidade de sermos escravos de algo.
A palavra escravidão é muito forte e opressora. Mas, deixa eu falar algo para você, a vida na escravatura é ainda mais opressora.
Então, como eu sei se sou escrava de algo? A resposta curta e rápida (porque não temos tempo de destrinchar aqui) é quando eu sou honesta comigo mesma e observo o que me controla.
Ser escravo é ser controlado. É ser dominado. Daí você pensa: “Ah, tá! Então, a resposta ainda é não”. E o meu convite para você é: Vamos parar e investigar isso mais de perto? Afinal, o que você tem a perder? Só tem a ganhar!
Eu gosto de usar uma matemática simples para “medir”o domínio que algo tem sobre mim. E a medida usada para essa equação é:
tempo + desejo + o que eu vejo = Liberdade ou Escravidão
A Bíblia diz:
“Não ameis o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1João 2:15-17).
Muitos de nós estamos vivendo a nossa vida com um alvo apenas: Eu quero ter uma vida confortável ou quero dar uma vida confortável para os meus filhos. Isso é errado? Não.
Mas, é errado quando, na equação acima, a porcentagem é maior que qualquer outra. Por exemplo, quando o meu desejo por conforto me impede de descansar, e o descanso é um mandato (assunto para outro dia). É errado, quando tudo ou a maior parte do que eu vejo com os meus olhos naturais, e os da minha imaginação, é o conforto ou o desejo por ele.
Quando eu comprometo meus conceitos pelo conforto. Quando eu faço aquele negócio que eu sei que não é limpo, porque vai elevar o meu nível de conforto. Quando eu não entendo que o fato de eu ser cristão não me garante uma vida de conforto, mas na maioria das vezes, é uma vida de renúncia.
Quando nós mudamos dos Estados Unidos para o Brasil, e largamos nossa vida de super conforto para dizer sim a vontade de Deus para nós, isso chocou muitas pessoas.
Eu lembro que uma vez eu estava lavando louças no inverno em São Paulo e a água era muito fria e tinha muita louça pra lavar. Chegou um momento em que as minhas mãos começaram a doer e eu comecei a chorar dizendo para Deus: “Senhor, eu preciso de uma lavadoura de louças ou de água quente na torneira da cozinha”. E o Espírito Santo falou pra mim: Eu posso te dar isso agora ou eu posso tirar o mundo de dentro de você. O que você quer?
Foram experiências como essas (são muitas) que o Senhor usou para me ensinar a não amar o mundo mais do que a Ele. E você pode pensar: “Mas, Jordania, é errado querer ter uma lavadoura de louças ou água quente?” E a resposta é não. Eu tinha água quente e lavadora de louça antes de ir para o Brasil para dizer sim ao chamado de Deus na minha vida.
Errado é eu não achar que Deus vai me colocar em situações desconfortáveis para me purificar e me ensinar a amá-lo mais. Amá-lo de fato acima de todas as coisas. Acima de todo o conforto. Ou melhor dizendo, amá-lo quando eu abro mão do conforto.
Hoje, estamos tão viciados na “vida de conforto” que queremos ter ou dar aos nossos filhos, que ignoramos o amor ao mundo que isso traz para nós. E quando amamos o mundo “O AMOR DO PAI NÃO ESTÁ EM NÓS” (ver.15). E você e eu não queremos viver sem esse amor. Nem por um minuto.
Deus não tem problema em nos dar coisas boas. Eu comprei uma lavadora de louça e coloquei água quente em todas as minhas torneiras. Mas DEPOIS que eu soube e vivi uma vida onde eu tinha certeza, para mim mesma, que se eu nunca tivesse tais coisas eu ainda assim teria alegria fluindo dentro de mim. E a minha equação vivida diariamente me mostra que eu sou livre para ter, mas sou igualmente livre para não ter.
No nosso encontro, vamos olhar de perto vários tipos de conforto. Porque não existe apenas o conforto material, não é verdade? Então, o que dizer do conforto emocional e espiritual? Venha crescer com a gente!
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