Você já disse ou ouviu alguém dizer que nunca se ofende? Admitir que estamos ofendidas requer coragem e humildade. Quando estamos ofendidas, nossa tendência é dizer: “Estou um pouco chateada, mas ok” ou “não gostei daquilo que fulano fez, mas vou superar”, por exemplo. Contudo, na maioria dos casos, o ressentimento não se esvai.
Admitir que alguém nos ofendeu e que isso nos machucou profundamente implica admitir que essa pessoa tem influência sobre nós e nossos sentimentos, e certamente não gostamos disso. Uma das coisas que nos mantêm longe de superar a ofensa é o orgulho, o qual nos impede de admitir que estamos feridas. Suprimir a ofensa não nos traz cura, pois só nos curamos daquilo que é devidamente diagnosticado. Portanto, admitir que se está ofendida é o primeiro passo para experimentar cura.
Se pensarmos na vida como uma prova de corrida, será fácil concordar que, depois de machucar-se, o velocista busca fisioterapia para fortalecer o músculo lesionado, a fim de que possa continuar correndo. Porque então, quando nossas emoções estão machucadas, queremos esconder e suprimir isso em vez de procurar cura imediatamente? Por que damos ao corpo mais valor que à alma? Precisamos de ambos para sermos saudáveis.
Não precisamos estar sempre certas
Dar o benefício da dúvida é optar por levar em conta o argumento de alguém mesmo quando não temos certeza de que a pessoa esteja sendo leal. Também é dar a alguém a oportunidade de contar sua versão dos fatos, ainda que tenhamos feito algumas deduções com base no que vimos, ouvimos ou experimentamos.
A verdade é que não conseguimos desligar nossa mente (graças a Deus por isso!). Estamos em quase todo tempo ouvindo vozes internas inaudíveis a quem nos cerca, e, quando nos sentimos ofendidos, essas vozes muito frequentemente nos favorecem, defendendo nosso ponto de vista. Porém, há que se considerar que, diante da ofensa, temos poder de escolha: ficar ressentidas ou optar por não hospedar a ofensa em nossa alma.
Escolha não ofender
Além de sempre poder escolher não permanecer ofendidas, temos a responsabilidade de procurar não ofender. Não estou falando em “andar pisando em ovos”. Eu me refiro à noção de que amadurecer é como pegar uma lente de longo alcance, usá-la para olhar para as pessoas com quem nos relacionamos e perceber que cada uma delas está num ponto diferente da jornada.
O fato de alguém estar ao meu lado na pista da vida não significa que corremos a mesma distância nem que passamos exatamente pelos mesmos trechos difíceis; portanto, devemos exercer paciência mútua.
Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.
Colossenses 3.13
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